Para um sorriso que não conheço por inteiro e que suponho intenso, cuja dona aniversaria essa semana e com quem já compartilho algumas "curiosidades" no caminho, em tão pouco tempo de diálogo, Camila "Menina Rosa", "Manga" Rosa.
O riso
O morcego, pendurado em um galho pelos pés, viu que um guerreiro kayapó se inclinava sobre os mananciais.
Quis ser seu amigo. Deixou-se cair sobre o guerreiro e o abraçou. Como não conhecia o idioma dos kayapós, falou ao guerreiro com as mãos. As carícias do morcego arrancaram do homem a primeira gargalhada. Quanto mais ria, mais fraco se sentia. Tanto riu, que no fim perdeu todas as suas forças e caiu desmaiado.
Quando se soube na aldeia, houve fúria. Os guerreiros queimaram um montão de folhas secas na gruta dos morcegos e fecharam a entrada.
Depois, discutiram. Os guerreiros resolveram que o riso fosse usado somente pelas mulheres e as crianças.
Eduardo Galeano, Memória do Fogo I - Os nascimentos.
[Fonte: Claude Lévi-Strauss. Lo crudo e lo cocido. (MItologicas, I). México, FDE, 1978.]
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